Consciência Negra na Educação Infantil

No dia 20 de novembro é celebrado o Dia Nacional da Consciência Negra. Foi nessa mesma data, há 326 anos, que o líder do Quilombo de Palmares, Zumbi, foi assassinado. Por isso a escolha do dia. Para representar a trajetória de uma pessoa que lutava contra a escravidão e a desigualdade. Mas, qual a importância de falar sobre esse tema?
Primeiro, vamos entender um pouco da origem da homenagem. O Dia da Consciência Negra surgiu por iniciativa do Grupo Palmares. O grupo fundado em 1971 por universitários negros, em Porto Alegre. Um dos principais objetivos era refletir sobre a realidade das pessoas negras no Brasil.

Anos depois esse cenário continua sendo uma pauta necessária.  Em 2019, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou a pesquisa “Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil” que mostra que pretos e pardos, que são 56% da população brasileira, têm os piores indicadores de renda, moradia, escolaridade e serviços. O mesmo estudo apontou ainda que a taxa de analfabetismo entre negros era de 9,1%. Uma diferença de cinco pontos percentuais em relação às pessoas brancas. Além disso, a número de negros fora das escolas chega a 19%.
Sendo assim é possível ter uma visão da realidade do Brasil. Daí a importância de abordar o assunto, inclusive nas salas de aula. 

E você sabia que o Dia da Consciência Negra faz parte do calendário escolar desde 2003? Já em 2011, foi instituído em todo o Brasil pela Lei n.º 12.519. Além disso, por conta desse mesmo decreto tornou-se obrigatório o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira em todas as escolas, públicas e privadas, do país. Então, trazer repertórios sobre a temática é sempre muito bem-vindo.


Na prática

Sendo assim, para além da obrigatoriedade da lei, como contribuir para mudar essa realidade? A boa notícia é que a escola pode ser uma grande incentivadora de boas práticas relacionadas ao assunto. As instituições de ensino têm uma contribuição primordial para o desenvolvimento integral das crianças e adolescentes. Incluindo as mais diferentes esferas, principalmente social e emocional.

Dessa maneira, em um país com a maioria da população sendo preta e parda, muitas crianças não se sentem representadas nos brinquedos, livros literários/didáticos ou nas mídias que consomem. Logo, é necessário ter acesso a conteúdos diversificados para que os pequenos vejam a grande diversidade de pessoas que existem no mundo. Assim, a criança compreenderá que nem todo mundo se parece fisicamente. Além de aprender a respeitar as diferenças e saber admirar o próximo.

Enquanto no ambiente escolar é necessário esclarecer termos e trazer fundamentações teóricas ricas de diferentes autores, ou até mesmo de pessoas que sejam protagonistas de suas histórias. Além de ter também no corpo escolar uma diversidade de raça, etnia e gênero.

Leave a Comment